E dentre tantas coisas que queria, uma era especial...
Sentar ao lado dele e dizer: Eu esperei esse tempo todo por você. Custa me dá essa oportunidade?
Para ele custava sim. Custava abrir mão dos medos. Custava caro assumir pra si mesmo que necessitava viver. Não ficou pelo sentimento que o tornaria menino. Abriu a porta, mas não deixou entrar. Se encostou, segurou até onde pudesse para impedir uma possível invasão. Ele tentou disfarçar, mas ela percebeu. Porque quando a coragem é forte qualquer sensação de medo existente por perto é notável.
Usou uma desculpa confortante: Havia bagunça demais lá dentro da casa.
E se ela parasse para analisar talvez entendesse de uma vez por todas que ele tinha razão. É bom carregar uma bagunça consigo? Não, não é. Mais ruim ainda é dividir ela com alguém.
Ele sabia do que polpava ela. Ela insistia. Queria ver. Mas ele rebateu. Não queria ela na casa dele.
Ele jamais poderia dar o que ela precisava. E sabe.... no fundo ele tinha absoluta razão.
E foi então que bateu a porta na cara dela. Não deu chances para tentativa.
Ela pediu. E ele....
Ah, ele saiu fora. E saiu pelo medo de fraquejar. Não conseguia arriscar viver. Nem que fosse por ela. Quem dirá por ele.
É triste dizer.... mas ele acovardou-se. E sabia dentro de si que se arrependeria.
Ela... Ah ela, seguiu. Cheia de dor. Mas com convicção absoluta de que tentou. Encerrou todas as possibilidades. As tentativas. Mas já que não foi convidada a entrar, pôde sair ao menos confortada de que pediu abrigo. Sem medo. Sem receio. Por gostar. Por querer viver "apesar de..."
E sabia... Fielmente ela sabia que logo mais estaria preparada para encontrar aquele que escancaria a porta da casa. E a convidaria a entrar. E inevitavelmente ofereceria a casa para sua moradia. Sem medo, sem receio. E melhor... sem bagunça alguma. Ou mesmo se tivesse os dois ajudariam a colocar tudo no lugar.
E no fim vai entender que as vezes uma porta na cara pode até doer, mas não impede de viver o mundo que ficou às suas costas. Porque era simples... Bastava virar-se, tomar o caminho de volta de onde veio. Recolher o que ficou no caminho e perceber o leque de casas que poderia bater. E ver com toda honestidade e felicidade "Aquela casa" que seria para si "A" sua casa.
Simples assim...
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