segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Desabafo

E passei muito sem vim aqui. Mas é que... preguiça, muita preguiça e também falta de inspiração.
Acho que mais isso do que preguiça. Então, eu estava me aventurando. Em setembro do ano passado me entreguei a uma louca paixão. Ora correspondida, ora não. Foi um desespero e também maravilhoso vivenciar tudo isso.
Em dezembro entrei no ápice do meu transtorno bipolar e mudei para o Rio de Janeiro, também me apaixonei, mas nada parecia como a minha paixão de setembro. Então, voltando a mudança de Estado, eu fui arriscar... trabalhei em algo muito diferente, frequentei lugares diferentes, fiz novos amigos.. e adivinhem? Retornei para casa, no meu Estado de origem.
E cá estou eu tentando. Recomeçando. E um dos motivos que me fez mudar de Estado continuou aqui intacto. Voltei e continuou o mesmo. Mas o que eu percebi com isso tudo é que o sentimento não mudou, mas as circunstâncias não eram mais as mesmas. Então, foi ao fim o que nem tentamos. Quer dizer, eu tentei. Até demais. Mas não somos mais os mesmos do inicio. Nos entregamos, mas também nos desgastamos. E chegamos ao fim. Mas aquela sensação de que não dá mais, também está acompanhando de muito sentimento. Podemos ter desistido um do outro, mas não desistimos do sentimento. Esse terá que morrer por conta própria e, talvez, demore um pouco mais.
Mas há que se dizer, por mim, que valeu a pena. Dói, mas valeu!
E queria dizer que entre minha ida e vinda... você foi o principal protagonista dessa história.
Estou aqui, mas não mais com você. E é triste. Mas... como eu disse pra você: Também sei enxergar o fim de uma história com dignidade.

Vamos seguir. Estou tentando!


Obs.: Desabafo da única paixão que não foi escrita aqui. E merecia, pois a mais sincera de todas. Pode-se considerar.

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

E por aqui...


"Negue o que te nega!"

É essa a frase da minha vida hoje e espero que ela permaneça por muito tempo.

Negando a quem me nega. Fique, permaneça, continue, se gostar, se amar, se quer de verdade...
Que esteja longe mesmo o que nem ao menos o bem quer.

Que assim seja.


Obs.: Terapias caminhando. Me redescobrindo, aceitando meus defeitos e meu transtorno bipolar com generosidade e cuidando para que isso não se torne o centro da minha vida. A vida há de seguir assim... bem, leve e apesar de.

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Tentando atravessar a ponte....

Quando criança, criada dentro da crença da religião protestante, meus pais diziam que o único capaz de dar e tirar a vida era Deus. Eu acreditei bastante nessa crença.
Talvez ninguém me entendesse o bastante para perceber que em mim tudo era intenso demais: a alegria, a tristeza, o amor.
Talvez ninguém entendesse que eu escrevia muitas vezes para alarmar uma dor de não saber me adequar ao mundo, as coisas, as situações, as pessoas... e sofria sozinha, calada, escrevendo..... porque tudo me consumia inteira.
Talvez seja difícil entender porque uma pessoa aparentemente feliz, "de sorriso fácil", com emprego bom, com uma família boa, com amigos/as especiais e ainda sendo linda fosse capaz de tentar tirar a própria vida.
Talvez porque nesse mundo as pessoas andem com pressa demais para enxergar alguém que sente uma necessidade de algo mais que não está na vida material e física.
A maioria das pessoas talvez não compreendam e nunca vão compreender porque o sentimento de desistir muitas vezes é maior do que a vontade de tentar, simplesmente porque a dor do outro muita vezes é banalizada, rejeitada e desprezada.
Talvez essas pessoas nem compreendam a si mesmas, apenas se veem superiores porque consegue superar uma dor existencial melhor do que outra pessoa. Talvez nem olhem para si, como podem olhar para o outro?
Eu quase entrei no desespero, eu desisti, me entreguei... confesso! E as pessoas estão muito mais preocupadas com a minha suposta covardia, meu egoísmo e minha falta de esperança do que mesmo com o ser humano que sou e com toda sensibilidade que eu carrego em que às vezes me salva e outras me sufoca.
Mas não foi dessa vez e, acho sinceramente, que não quero tentar outra. Decidi que vou procurar ajuda, fazer várias e várias sessões de terapia para tentar domar meus monstros.

E sei.... que vai ser difícil. Vai ser difícil descobrir essas respostas que os outros dizem tanto estar dentro de mim.

Por aqui eu desejo força, coragem e fé. Você aí ao invés de me julgar, tente desejar o mesmo.

segunda-feira, 14 de julho de 2014

TEMPO

Escrevi esse texto em abril desse ano para uma autora corrigir. Autora esta que admiro muito e sou fã... Ela devolveu... com as correções, parei de enviar os textos. Quando escrevi esse texto eu sentia uma solidão absurda, mas mal sabia eu que em maio essa solidão seria arrancada de mim. Porém, foi rápido como quase toda relação que costumo ter na vida. Apesar das grandes conturbações, a história que vivi me rendeu muitos momentos bons. Hoje compartilho o texto. Porque estou aqui de novo acompanhada comigo mesmo e a solidão minha colega de quarto. É que realmente tudo tem seu tempo certo. Tem sim.
O texto que me refiro é esse aqui:

Dia frio. Chuva caindo lá fora. Aqui dentro uma solidão. Ouço Roupa Nova. Embolada embaixo do edredom. Pensando o quanto a vida é maravilhosa, mas o quanto essa solidão é sufocante. Não que ela machuque, mas porque é angustiante. Não que não tenha me acostumado com ela, mas é que hoje foi impossível não pensar nela. 
Roupa nova me desperta muitas reflexões, especialmente sobre o amor. E a solidão bate mais forte, talvez me culpando por não ter escolhido outro caminho. Mas eu tentei. Juro que tentei. Um dia eu disse que amava, porque eu amava e muito. E recebi indiferença. Segui com minhas feridas, juntei meus pedaços e segui desconstruindo o que sentia. Hoje na vida boemia, entre amigos do peito, entre mesas de bar e entre paixões fictícias. Às vezes tudo isso me deixa com tédio. 
Acho que inventei um muro de superproteção. Me protejo e fujo das histórias possíveis apenas por medo de me despir, me descobrir de novo amando. Estar sozinha me parece ser uma escolha como tantas outras coisas que fiz na minha vida. Uma escolha. Talvez por medo, por egoísmo, talvez. Também não quero me dar o título de desistente. Mas é difícil demais. Ninguém agrada, nada alcança, nada alcança. E é um deserto.
É fato que felicidade não estar no outro, mas na gente. Acho que descobri que gosto mesmo é da paixão, gosto de me apaixonar. Aí lamento sozinha a falta. Não que eu não me basto. Eu me basto. Mas gosto mesmo de me aventurar no outro, me descobrir com o outro, de viver no outro. E sinto falta. 
Ouço Roupa Nova e sinto vontade é de paixão. No fundo, no fundo o que eu queria mesmo era ter meu mundo mexido, remexido, revirado por uma grande paixão. E esse clima me deixa com tanta fome de paixão, deve ser porque vejo muita poesia nele. Deve ser isso. Ou não. Vai saber.
Acho que como tudo a paixão deve ter o tempo dela. E na minha vida ela deve estar no tempo de pausa. E essa pausa deve ter vindo pra me ensinar a esperar, ter autoestima, a viver a liberdade e construir minha própria felicidade. Para fazer minhas escolhas, aquelas que me tragam certa serenidade que me servirá no futuro. Preciso parar de reclamar e esperar o tempo da coisa... Aquela de SER.

Às vezes a solidão é sufocante. 
Mas é que eu preciso entender... Cada coisa no seu tempo. Assim como a chuva tem o seu. 

Que o coração se acalme. Que o tempo continue me ensinando calma.
Amém!


terça-feira, 27 de maio de 2014

Gratidão



Hoje queria dizer que sou grata...


Grata pela vida, pela saúde e pelo cuidado de Deus para comigo. Grata pela força que sempre me levanta quando desanimada penso em desistir. Estou descobrindo uma nova forma de ver a vida e isso tem me deixado cada dia mais apaixonada e com muita sede de viver. Aprendendo a não criar expectativas... Parafraseando Pablo Neruda, esquecendo com generosidade aqueles que não podem ou não querem me amar.
São tantas coisas para agradecer... mas também agradeço a sensação de paz na alma. Nem sempre os acontecimentos da vida nos permitem que fiquemos relaxados e em paz, mas hoje estou em paz e agradeço, antes de tudo e todos, à Deus.

Então vamos que vamos que há uma vida inteira pela frente e outra a se fazer. É certo que coisas boas virão. Tenho fé!



terça-feira, 22 de abril de 2014

Das coisas que mudam...



As coisas mudam, se transformam. Inclusive, os sentimentos. Esses encontram outro caminho quando estão morrendo por onde caminhavam.

Por curiosidade, olhei quais as pessoas conhecidas estavam de aniversário hoje e, então, vi seu nome. Interessante, porque eu não lembrei como em outros tempos, eu nem sequer lembrava era de você. É estranho perceber que de uma paixão tão grande como aquela nada sobrou. 
Um dia conjuguei você nos verbos do presente. Para ser, ficar, estar e permanecer. Mas hoje... hoje eu conjuguei você no passado, porque passou. E coloquei na frase negativa... você não permaneceu.
Naquele tempo você foi, hoje não é, mas um dia foi... 







Foi minha grande paixão, meu desejo, meu pensamento. 
Foi. 
Um dia.







E hoje? Hoje você é apenas uma lembrança, uma lembrança que não dói, uma lembrança vaga. E não há saudade, não há raiva. Não sinto indiferença, eu sinto nada. Nada, simplesmente. O que me parece é ser uma coisa muito boa.
Eu não sinto sua falta, não sinto falta de nada do que a gente viveu e sei que você sente o mesmo. Na verdade, você sempre sentiu nada. Me doeu perceber. Me rasgou o coração. Eu chorei.
Mas hoje eu sinto nada. E isso apaga toda a fantasia que um dia eu criei sobre você. Me leva para um lado bom, um lado meu que tinha esquecido com você... Ocupei um papel que nunca admirei, o inverso do que eu sou. E depois de tanto tempo me descobri de novo.
Entendi o sentido da frase de que "a vida segue". De fato, ela segue, continua seguindo. E minha única dedicação hoje é arrumar minha casa de dentro, minha única paixão sou eu. Ando de mãos dadas comigo.

E hoje, 22 de abril, é seu aniversário... e eu não lembrei. Eu nem sequer lembrava era de você.


"Porque esgotou o tempo e as coisas têm um tempo certo para durar."

terça-feira, 8 de abril de 2014

Retorno...

...

Passa o tempo e a gente tem crescer. É assim mesmo que funciona? Eu concordo. Entre inconstâncias da vida, perdi, me encontrei, me perdi de novo, mudei de caminho, mudei de companhias, me refiz. 
Não sei o que foi feito daquela Elioene. Só sei que essa aqui, a assumida Elôh, é a outra parte da Elioene que se assumiu sem medos. 
Talvez eu tenha perdido um pouco da teoria. Ando vivendo mais. Por isso esse espaço anda meio desatualizado. Mas... às vezes, sabe, me dá saudade de quem eu era. Não por tudo, mas pela fantasia e pela inocência das ações. Quase ninguém compreendeu e fui abandonada muitas vezes, mas muitos outros me encontraram. Sinto falta de racionalizar menos, de confiar mais, sinto falta inclusive das crises, elas me transformaram. Das crises ao salto mais alto.
É certo que mudei. Eu mudei. Criei esse espaço para curar minhas dores, desabafar minhas crises, minha bipolaridade e falar dos meus amores mal-resolvidos e muitos outros idealizados.
Hoje entro aqui leio tudo e me pergunto: Quanta intensidade, quanta fantasia. Onde está a Elioene?
Sou outra? Não, não.... mas é certo que dei as mãos para mim mesma. Hoje antes de me culpar, me entendo, me perdoo. Há mais leveza e é fato: há mais cumplicidade e, sobretudo, amor. Para mim e sobre aqueles que resolveram me acompanhar.
Quero de novo confiar nas palavras. Porque escrevendo é que sinto minhas fases.