O texto que me refiro é esse aqui:
Dia frio. Chuva caindo lá fora. Aqui dentro uma solidão. Ouço Roupa Nova.
Embolada embaixo do edredom. Pensando o quanto a vida é maravilhosa, mas o
quanto essa solidão é sufocante. Não que ela machuque, mas porque é
angustiante. Não que não tenha me acostumado com ela, mas é que hoje foi
impossível não pensar nela.
Roupa nova me desperta muitas reflexões, especialmente sobre o amor. E a
solidão bate mais forte, talvez me culpando por não ter escolhido outro
caminho. Mas eu tentei. Juro que tentei. Um dia eu disse que amava, porque eu
amava e muito. E recebi indiferença. Segui com minhas feridas, juntei meus
pedaços e segui desconstruindo o que sentia. Hoje na vida boemia, entre amigos
do peito, entre mesas de bar e entre paixões fictícias. Às vezes tudo isso me
deixa com tédio.
Acho que inventei um muro de superproteção. Me protejo e fujo das
histórias possíveis apenas por medo de me despir, me descobrir de novo amando.
Estar sozinha me parece ser uma escolha como tantas outras coisas que fiz na minha
vida. Uma escolha. Talvez por medo, por egoísmo, talvez. Também não quero me
dar o título de desistente. Mas é difícil demais. Ninguém agrada, nada alcança,
nada alcança. E é um deserto.
É fato que felicidade não estar no outro, mas na gente. Acho que
descobri que gosto mesmo é da paixão, gosto de me apaixonar. Aí lamento sozinha
a falta. Não que eu não me basto. Eu me basto. Mas gosto mesmo de me aventurar
no outro, me descobrir com o outro, de viver no outro. E sinto falta.
Ouço Roupa Nova e sinto vontade é de paixão. No fundo, no fundo o que eu
queria mesmo era ter meu mundo mexido, remexido, revirado por uma grande
paixão. E esse clima me deixa com tanta fome de paixão, deve ser porque vejo
muita poesia nele. Deve ser isso. Ou não. Vai saber.
Acho que como tudo a paixão deve ter o tempo dela. E na minha vida ela
deve estar no tempo de pausa. E essa pausa deve ter vindo pra me ensinar a
esperar, ter autoestima, a viver a liberdade e construir minha própria
felicidade. Para fazer minhas escolhas, aquelas que me tragam certa serenidade
que me servirá no futuro. Preciso parar de reclamar e esperar o tempo da
coisa... Aquela de SER.
Às vezes a solidão é sufocante.
Mas é que eu preciso entender... Cada coisa no seu tempo. Assim como a
chuva tem o seu.
Que o coração se acalme. Que o tempo continue me ensinando calma.
Amém!
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