segunda-feira, 14 de julho de 2014

TEMPO

Escrevi esse texto em abril desse ano para uma autora corrigir. Autora esta que admiro muito e sou fã... Ela devolveu... com as correções, parei de enviar os textos. Quando escrevi esse texto eu sentia uma solidão absurda, mas mal sabia eu que em maio essa solidão seria arrancada de mim. Porém, foi rápido como quase toda relação que costumo ter na vida. Apesar das grandes conturbações, a história que vivi me rendeu muitos momentos bons. Hoje compartilho o texto. Porque estou aqui de novo acompanhada comigo mesmo e a solidão minha colega de quarto. É que realmente tudo tem seu tempo certo. Tem sim.
O texto que me refiro é esse aqui:

Dia frio. Chuva caindo lá fora. Aqui dentro uma solidão. Ouço Roupa Nova. Embolada embaixo do edredom. Pensando o quanto a vida é maravilhosa, mas o quanto essa solidão é sufocante. Não que ela machuque, mas porque é angustiante. Não que não tenha me acostumado com ela, mas é que hoje foi impossível não pensar nela. 
Roupa nova me desperta muitas reflexões, especialmente sobre o amor. E a solidão bate mais forte, talvez me culpando por não ter escolhido outro caminho. Mas eu tentei. Juro que tentei. Um dia eu disse que amava, porque eu amava e muito. E recebi indiferença. Segui com minhas feridas, juntei meus pedaços e segui desconstruindo o que sentia. Hoje na vida boemia, entre amigos do peito, entre mesas de bar e entre paixões fictícias. Às vezes tudo isso me deixa com tédio. 
Acho que inventei um muro de superproteção. Me protejo e fujo das histórias possíveis apenas por medo de me despir, me descobrir de novo amando. Estar sozinha me parece ser uma escolha como tantas outras coisas que fiz na minha vida. Uma escolha. Talvez por medo, por egoísmo, talvez. Também não quero me dar o título de desistente. Mas é difícil demais. Ninguém agrada, nada alcança, nada alcança. E é um deserto.
É fato que felicidade não estar no outro, mas na gente. Acho que descobri que gosto mesmo é da paixão, gosto de me apaixonar. Aí lamento sozinha a falta. Não que eu não me basto. Eu me basto. Mas gosto mesmo de me aventurar no outro, me descobrir com o outro, de viver no outro. E sinto falta. 
Ouço Roupa Nova e sinto vontade é de paixão. No fundo, no fundo o que eu queria mesmo era ter meu mundo mexido, remexido, revirado por uma grande paixão. E esse clima me deixa com tanta fome de paixão, deve ser porque vejo muita poesia nele. Deve ser isso. Ou não. Vai saber.
Acho que como tudo a paixão deve ter o tempo dela. E na minha vida ela deve estar no tempo de pausa. E essa pausa deve ter vindo pra me ensinar a esperar, ter autoestima, a viver a liberdade e construir minha própria felicidade. Para fazer minhas escolhas, aquelas que me tragam certa serenidade que me servirá no futuro. Preciso parar de reclamar e esperar o tempo da coisa... Aquela de SER.

Às vezes a solidão é sufocante. 
Mas é que eu preciso entender... Cada coisa no seu tempo. Assim como a chuva tem o seu. 

Que o coração se acalme. Que o tempo continue me ensinando calma.
Amém!


Nenhum comentário:

Postar um comentário