terça-feira, 18 de janeiro de 2011

A Jú e eu...

E estava lá a foto recente que tirei. Era tão recente que exalava o perfume. 
E só olhando se percebia aquela meiguice de arrancar sorriso de qualquer pessoa. E levava calma. 
Era lá no meio do mural de fotos, que reunia amigos queridos de anos, que estava a foto linda, recente, representando uma amizade que surgiu e ficou. 
Uma amizade que me trouxe uma alegria genuína. E é "O" toque da renovação.  E é por ser tão real que hoje falo dessa amizade que permanece em mim feito tatuagem na pele.



Sobre JÚ-juba, minha amiga querida...

Eu lembro do degrau da escada que sentei, das pessoas ao lado e até das horas de espera que me acompanhava naquela noite, enquanto aguardava a chegada dela.
_Quem é mesmo que você tá esperando?
_A Juliana. Você vai gostar dela. Ela me disse que está quase chegando.
Enquanto isso, entre uma conversa e outra, dávamos risadas. Ele tão espontâneo, eu tentando parecer normal diante de toda aquela gente que eu ainda nem conhecia direito. Pra mim tudo era muito novo, as pessoas eram novas. Estava na faculdade. Eu, finalmente, tinha conseguido entrar.
Passaram-se alguns minutos. E lá vinha ela, Juliana, a quem eu ia conhecer e nem sabia eu que vinha inteira pra ficar na minha vida e escrever os capítulos mais lindos de uma amizade na minha história. 
Fomos apresentada. Já sabíamos que estávamos juntas no mesmo curso: Ciências Sociais. (E vejam só... a gente nem imaginava que ficamos horas sentadas na mesma sala fazendo o vestibular pra entrar na universidade.) É verdade. Maktub... estava escrito. (risos)
Então depois das apresentações adivinha onde ela sentou? Ao meu lado, claro. (risos)
E foi ali... naquele exato lugar que conversamos. E nos identificamos. Assuntos parecidos. Momentos também. Estávamos na mesma sintonia. E eu dizendo por dentro: "Isso mesmo você está vibrando na direção certa. Seremos amigas."  
E daí... construímos passo a passo essa amizade que cresceu assim: linda, forte, saudável, sem expectativas irreais, com entrega, torcida, companheirismo, presença...
E falar dela sempre me enche de emoção. Porque saber da existência dela é sempre festa pra mim. E eu tenho sempre a mesma sensação: Não há palavras suficientes pra definir o que ela é pra mim.
E se eu não consigo explicar ou mesmo definir o que ela é pra mim, simplesmente, aceito e agradeço. 


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'Jú, minha menina linda, amizade maravilhosa essa que você me dá, ein?
Nunca vou cansar de repetir que sou feliz por ter você como amiga. E que eu celebro sua existência sempre. 
E saiba que meu processo de amadurecimento estará atrelado a ideia de que tenho que me melhorar a cada dia só para poder acompanhar você nessa história linda que iremos construir transitando pela vida. 
Estaremos unidas. De mãos dadas sempre para eu não te perder. Porque nossa amizade é sublime. É intensa. E cada pequena demonstração de carinho significa, pra mim, todo carinho do mundo. Amizade grande, ein...  Que até o abraço é maiúsculo (risos). 
Te amo e é com gosto de sempre. E obrigada por esse amor ser recíproco.'

Elioene.





domingo, 16 de janeiro de 2011

Sobre o comentário: "Ela é ou não é lésbica?"

E por inúmeros comentários e questionamentos sobre minha sexualidade, eu me sinto a vontade pra falar sobre isso aqui. E porque vieram me perguntar se eu era de fato lésbica ou se eu estou mesmo "ficando" com minha AMIGA Jirlaine, ou ainda, se eu "fico" ou não com a Jovem, outra AMIGA querida que eu amo. Pra resumir: Disseram e andam comentando em Groaíras que eu sou uma lésbica mal-resolvida. E que "peguei" várias mulheres. (E vendo por esse lado acho que se duvidar peguei mais mulheres aqui, do que os próprios homens da cidade... risos)

Enfim resolvi comentar um assunto chato do qual eu prometi para meus amigos (as) que não iriam discutir ou simplesmente falar. Porque eu achava desnecessário eu ter que dá satisfação da minha vida a quem nem faz parte dela.

Me perguntaram outro dia: VOCÊ É LÉSBICA?

Repito a resposta com prazer e sem medo.

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Não sou. Costumo muito brincar quando me perguntam isso dizendo que infelizmente não sou. Porque do "infelizmente"? Explico: Existem várias mulheres interessantíssimas por aí que valem muito a pena serem levadas a sério, uma delas? Eu. (risos...)

Preferia muito mais ser a homossexual como muitos pensam e até falam.
Queria MESMO ser 100% lésbica. Mas não sou. Eu gosto de homem, sinto desejo por homem e tenho tesão por homem.
É isso mesmo!
E se eu já tiver sentido desejo por uma mulher? E se eu já tiver ficado com uma mulher? Qual o problema mesmo? Não é porque uma mulher já se permitiu viver outras coisas, outras possibilidades ou que ela tenha sentido desejo de ficar com uma outra mulher ou mesmo que ela abomina o preconceito que isso a "transforme" numa lésbica mal-resolvida.
A gente simplesmente não muda de sexualidade do dia para a noite.
E não podemos tratar as pessoas como geléias a quem designamos rótulos, ok?
E Que saber mais? Eu tenho quase certeza que se eu fosse lésbica teria muito mais chance de encontrar alguém interessante pra me relacionar e quem sabe encontrar minha metade. Existem mais mulheres interessantes por ai do que homens. Doa a quem doer...
Repito: NUNCA VOU ANDAR ME AGARRANDO COM O PRIMEIRO HOMEM QUE EU VÊ NA ESQUINA por medo de me rotularem "lésbica" ou "sozinha".
E para encerrar..
EU ODEIO HOMOFOBIA SIM! E daí? Brigo se for preciso se disserem alguma coisa com meus amigos gays.
Vivemos é num mundo ignorante, preconceituoso e intolerável. E eu vivo numa cidade com o triplo disso. Ninguém respeita ninguém.
Onde liberdade de vida e sexualidade são assuntos para poucos. Onde tolerância só existe na mente da minoria.
E onde RESPEITO só tem quem sabe o que isso significa.
Muitas pessoas em Groaíras precisam entender e aprender de uma vez por todas o que é RESPEITO e LIBERDADE.
E a maioria precisa aprender que cada pessoa tem sua vida e a leva como quiser e não tem nada, ABSOLUTAMENTE nada a ver com isso.

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Eu amo minhas amigas, AMO de coração... Jovem, Cinthya, Jirlaine, Juliana, Izabelle, Misslene e Andreia. E vou abraçar, beijar, andar de mãos dadas quantas vezes eu quiser e sempre que me der vontade. E ninguém... não tem o porquê de se meter.
E quem eu deixo de beijar e agarrar é problema meu. Eu não preciso ter homem do meu lado pra mostrar que eu não sou gay.
E se eu beijo, agarro, "amasso" (risos) qualquer pessoa.. Isso mais ainda, é desejo meu.
Toda pessoa que não tenha qualquer tipo de intimidade comigo e quem fala de mim seja qual for o assunto (que aliás pra não ser meu amigo, concerteza o assunto não deve ser bom e sim o pior) Por favor, RETIRE IMEDIATAMENTE MEU NOME DA SUA BOCA.
E se por algum motivo (se existir) não gostar de mim e não pretende ser meu amigo pra compartilhar coisas boas e rir comigo...
RETIRE-SE! ESSE NÃO É O SEU LUGAR. E se não for pedir muito: por hipótese alguma, NÃO TENTE SE APROXIMAR DE MIM.

Pode me chamar de grossa, mal-educada, o que quiser depois de ler isso tudo. O que vão achar ou pensar? Tô nem aí. Dou as costas.
Bom.. espero que tenha sido objetiva no que queria..

E Obrigada.

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[Amigos queridos, perdoem as palavras. Eu deveria fazer o de sempre.. falar de amor, flores, músicas, do que sinto, Mas com esses comentários todos eu não pude resistir em não falar, não conseguir segurar. Preciso fazer valer a idéia de quem sou, mesmo que seja passando uma impressão distorcida e errada do que realmente sou e vivo. Amo vocês e obrigada por estarem comigo! Vamos sair muito e beber sem nos preocuparmos com quem julga algo, certo? Por minha parte, eu prometo. ]


Agora mudando de assunto.. tô com fome. (risos)

E pensando em fome.. vou comer. hahaha

Beijos Iluminados, amores.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Sobre o que senti, sinto e o que aprendi...

Eu senti necessidade de escrever sobre minha fase nesse minuto em que me encontro quieta e pensativa sobre os últimos acontecimentos. Eu demorei entender que algumas coisas na vida mudam ou pelo menos passam. Eu tive que me adaptar a uma vida inconstante. Aprender exigir menos e esperar pelo que vem. Eu me lembro que a quase trêss anos atrás eu me encontrava numa angústia tamanha no peito. Um sentimento doente, estranho que hoje por tudo que entendo, não quero pra mim. Eu olho para algumas coisas que passei a um tempo atrás e me sinto envergonhada, sim, eu me sinto. Já disse que sinto raiva? Pois sinto e muito. Tenho raiva daquela ingenuidade. Daquela sentimento de posse. Sinto raiva daquela valorização que dei para outros antes de mim mesma.
Eu sei que as coisas que vivi foram tão fundamentais para o que sou hoje, mas isso não me impede de dizer que eu tenho raiva daquilo tudo. E tenho vontade de gritar. Dizer que eu fui EXTREMAMENTE boba em ter encarado a situação daquela forma. Mas como tudo passa... Eu aceito o que aconteceu e agradeço. Agradeço orando, chorando de emoção por está bem e por ter enterrado aquela história feia, sem total estruturação.
Quase três anos e tantas coisas aconteceram... e eu continuo tendo que entender as coisas aos poucos, sem compreensão alguma, apenas sentindo.
Estou com uma tamanha angústia no peito de me lembrar disso. Mas algumas histórias precisam ser esquecidas ainda que doendo. 
Eu demorei entender que algumas coisas mudam. Porque não queria mesmo era aceitar que perdi. Perdi pessoas, perdi coisas, perdi tempo. Porque esse processo de aceitar é muito difícil. Aceitar que perdemos dói. E você precisa de tempo para se recompor, para está bem e forte.
E sabe o que aconteceu? Eu aprendi a ter menos orgulho e aprendi tentar melhorar relacionamentos com amigos. Ganhei coragem pra tentar mesmo sabendo que tudo não estava mais como antes. E hoje reconheço que não tive culpa pelas as mudanças dos amigos. Entendi que eles mudaram e eu que precisava aceitar e mudar também. Estou bem. Me sinto bem. E aceito as mudanças que a vida me proporcionou. Vou ser feliz por mim e para mim agora. Felicidade, eu aprendi, que não se encontra em ninguém se encontra é na gente mesmo. E nós que somos responsáveis por ela.
Chega de supervalorizar outros. Chega de amar mais os outros que a mim mesma. Chega! Chega!
Tudo cansa um dia? Cansa também pedir atenção. Quanto mais se pede pra ser valorizado, menos é. Essa é a verdade e eu aceito e sigo com ela. Mas não me arrependo de ter amado, de ter dito de "te amo". Amei. Mas eu disse "te amo" como quem dissesse "te aceito como és". O fato é que acabou. 
As algumas coisas a gente nem precisa tentar entender porque nem merece. Só precisa mesmo é aceitar.

Mudando de assunto...

Me lembrei que vai fazer um ano que entrei na faculdade. Um ano que encontrei pessoas lindas e queridas que me ensinaram que amizade ainda é tudo. Que sempre é possível recomeçar. Que ainda existem sentimentos sublimes e reais.
E foi sinceridade que eu aprendi no decorrer desse tempo. Sinceridade para falar e dizer que eu estou zangada, triste, ou falar simplesmente sobre meus sentimentos. Porque falar não é sinal de fragilidade. Falar é se libertar. Falar tem essa praticidade de se despir do que sente e ficar nú. E é essa nudez que atrai as pessoas que estão ao lado. Ou pelo menos, parte delas. Sinceridade de falar o que acha pode ser perturbador algumas vezes, mas liberta quem escuta. 
Aprendi com elas que verdade é libertadora. Libertar uma pessoa com a verdade é simples. E faz um bem que você nem imagina o tanto. Mas mentir é trabalho pra quem tem falta de coragem e medo de ser quem é.

Amando essa nova fase. Sou mais humana, boba, pareço idiota (muitas vezes), mas tenho uma vontade enorme de continuar com meus defeitos (que não são poucos) e sei que posso melhorar a cada dia.
E nessa nova fase quero me manter longe de tudo que me faz mal.. Não quero menos do que mereço. Se você quiser ser meu amigo (a) faça por onde merecer. Porque agora só quero o que saudável pra minha vida. Aquilo que me faz bem. Se não fizer... já sabe: retire-se! Esse não é seu lugar!

Um abraço apertado nos meus amigos que tenho nessa nova fase... e um caloroso Amo vocês.
E aos amigos que ainda permanecem (que não são muitos e nunca foi)... amo-os como sempre.

Tenham um Bom dia.