Quando criança, criada dentro da crença da religião protestante, meus pais diziam que o único capaz de dar e tirar a vida era Deus. Eu acreditei bastante nessa crença.
Talvez ninguém me entendesse o bastante para perceber que em mim tudo era intenso demais: a alegria, a tristeza, o amor.
Talvez ninguém entendesse que eu escrevia muitas vezes para alarmar uma dor de não saber me adequar ao mundo, as coisas, as situações, as pessoas... e sofria sozinha, calada, escrevendo..... porque tudo me consumia inteira.
Talvez seja difícil entender porque uma pessoa aparentemente feliz, "de sorriso fácil", com emprego bom, com uma família boa, com amigos/as especiais e ainda sendo linda fosse capaz de tentar tirar a própria vida.
Talvez porque nesse mundo as pessoas andem com pressa demais para enxergar alguém que sente uma necessidade de algo mais que não está na vida material e física.
A maioria das pessoas talvez não compreendam e nunca vão compreender porque o sentimento de desistir muitas vezes é maior do que a vontade de tentar, simplesmente porque a dor do outro muita vezes é banalizada, rejeitada e desprezada.
Talvez essas pessoas nem compreendam a si mesmas, apenas se veem superiores porque consegue superar uma dor existencial melhor do que outra pessoa. Talvez nem olhem para si, como podem olhar para o outro?
Eu quase entrei no desespero, eu desisti, me entreguei... confesso! E as pessoas estão muito mais preocupadas com a minha suposta covardia, meu egoísmo e minha falta de esperança do que mesmo com o ser humano que sou e com toda sensibilidade que eu carrego em que às vezes me salva e outras me sufoca.
Mas não foi dessa vez e, acho sinceramente, que não quero tentar outra. Decidi que vou procurar ajuda, fazer várias e várias sessões de terapia para tentar domar meus monstros.
E sei.... que vai ser difícil. Vai ser difícil descobrir essas respostas que os outros dizem tanto estar dentro de mim.
Por aqui eu desejo força, coragem e fé. Você aí ao invés de me julgar, tente desejar o mesmo.